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terça-feira, 31 de maio de 2011

QUANDO O APRENDIZ QUER VIVER DA FAMA DO MESTRE

QUANDO O APRENDIZ QUER VIVER DA FAMA DO MESTRE


Texto de: Bàbá Osvaldo Omotobàtálá
Comentários finais de: Mógbà Rudi Omo Sàngó


Obàrà bògbè diz:

Bàbá mi ni gbènàgbènà
Bí mo yio fé gbènàgbènà mo k’èkó
Bàbá mi ni babaláwò
Bí mo yio fé babaláwò mo k’èkó
Kò sí enikan jogún ìjéwó ti bàbá
Kò ògba fún ni omo rè
Emí yio ní dára jùlo ohun tí ó kan eniyan
Bí mo fé gbà òkìkí mi
Díá fún Adedélé
Nígbàtí o lo fi joba



"Meu pai é carpinteiro
Se eu também quiser sê-lo terei que aprender
Meu pai é bàbálawo
Se eu também quiser sê-lo terei que estudar
Ninguém herda a profissão do pai
Nem é igual ao pai pelo fato de ser seu filho
Tenho que ser bom no que eu faça
Se eu quiser obter meu próprio sucesso
Foi a divinação para Adedélé
Quando ia ser coroado rei"


Alguns que procuram iniciar-se em Òrìsà ou Ifá, muitas vezes tentam façê-lo embaixo das mãos de alguém que já ganhou certa fama e é respeitado pela comunidade, pois acreditam que se eles dizem: “Fulano foi quem me iniciou”, o povo vai dizer: “Se foi fulano quem iniciou para Ele, então deve ser bom igual”. No entanto, nem sempre é assim, já que o fato de ser iniciado por alguém não significa ser tão bom quanto esse alguém, pois para isso cada iniciado deverá esforçar-se e estudar muito, a iniciação é apenas um primeiro passo. Quantas vezes a gente escutou?.... “Eu sou da linhagem do Engenho Velho Casa Branca”... "Eu sou iniciada por um neto da Mãe Meninina de Gantois" (Nesse caso o pai-de-santo e avó-de-santo também não são ninguém, e é preciso nomear a saudosa Mãe)... “Eu fui iniciado pelo Awíse de Osogbo”.... “Eu venho da linhagem do Ilè-Ifè”... Etc.... Sendo que todas as sentenças procuram em verdade fazer uso da fama do mestre ou de alguém que já foi importante, porque de certo, quem se está apresentando não tem fama nenhuma, não é ninguém e quer de algum jeito ser reconhecido ou olhado também como um (ou uma) grande sabio (ou sabia).
As vezes, os iniciados nunca tem preocupação por aprender nem por ir até a casa do seu mestre em procura de conhecimentos.
Se uma pessoa quer saber se um estudante é bom, não deve se basear na fama do mestre ou dos ancestrais da linhagem, o que deve fazer é falar com o mestre e perguntar-lhe se esse aluno tem os conhecimentos necessários para guiar outros.
Outras vezes, o mestre nem sequer deu autorização para que o aluno faça consagrações para outros... aí é quando, sem sabê-lo, o povo também usa a fama, porém ao invés, dizendo: “Se este faz as coisas tão mal.... seu mestre deve ser muito ignorante.”


"Quando se tem o rio diante não é preciso discutir se o sabão faz espuma"



Comentário: Mógbà Rudi Omo Sàngó

Esse artigo nos faz refletir com o atual quadro do Batuque do RS, onde muitos adeptos procuram sacerdotes com certo prestígio na comunidade para poder falar que é iniciado por Pai fulano de tal ou Mãe fulana de tal... sem ao menos tentar ser igual aos mesmos, escondendo-se atrás da sombra de seus sacerdotes. Um adepto do culto deve estudar, perguntar a seu sacerdote ao invés de viver uma vida de aparência. Hoje em dia o Batuqueiro está muito preocupado com a imagem doque do conhecimento, pousando para jornais Afros locais. Muitas vezes com seu sacerdote do lado para tipo constatar sua iniciação. É lamentável que esse quadro esteja tornando-se corriquero dentro da nossa religião. 
Nem tudo que reluz é ouro, temos que ter isso sempre em mente!!!

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