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quarta-feira, 18 de maio de 2011

IKÚ ONÍKÒ - A CONCEPÇÃO YORÙBÁ DA MORTE

IKÚ ONÍKÒ
A concepção de Morte Yorùbá


ÀIYÉ ATÍ IKÚ OKAN NÁA NI
"Vida e morte: Ambas são Idênticas!"

Por: Mógbà Rudi Omo Sàngó

Orun, o céu e também conhecido como “além” é o nosso lugar de origem e onde devemos regressar, ao contrário do pensamento cristão que o céu é o melhor lugar, dentro da nossa cultura Yorùbá, a melhor coisa é estar vivo, portanto o Àiyé (terra) é o melhor lugar para vivermos. Nossa cultura é totalmente baseada na reencarnação.  O fato dos humanos poderem escolher o seu destino não se limita em saber quando de seu regresso a seu criador, ou seja, a o seu local de origem.
Ifá afirma que este mundo (àiyé) é como um mercado e o céu (Orun) é nossa origem, de onde partimos em viajem ao mundo e dependendo de nossas ações, poderemos regressar ao Orun para podermos ser lembrados, e após retornarmos ao Àiyé, isso tudo julgado aos pés de Olorun. Todo ser humano escolhe um bom destino, o que ocorre é que na viajem de regresso a terra (àiyé), ao passar pelos outros Orun (Espaços), pode acabar sendo influenciado por algum Ajogun (entidades malévolas que habitam o lado esquerdo do cosmo), podendo nascer com algum problema que vai de contra os bons princípios do ser humano, tais como: Inveja, egoísmo, avareza, maldade, e todos sentimentos provocados por essas forças negativas. Aqui destacamos que fica um tanto difícil saber quando uma pessoa morrerá, pois poderão ser através de seus atos na terra, como também com influência de alguma dessas forças. A única divindade que sabe o momento de uma pessoa partir (morrer) é Olorun, pois este retira o Èmi (Respiração- filha de Olorun), no momento que decidir. Onípìín Orun, quem mantém o registro do instante em que as pessoas devem regressar, informando Ikú (morte), que deve ir a o àiyé (Terra) e trazer o viajante.
Através das escrituras de Ifá podemos entender que Ikú (morte) é uma entidade muito temida, cujas ações aterrorizam o homem, especialmente aqueles que não vivem de forma correta. No entanto, o medo da morte não deveria ocorrer quando o adepto da tradição Yorùbá esteja vivendo de acordo com a filosofia imposta por essa cultura, já que saberá que “suas mãos coçarão seus cabelos grisalhos”, ou seja, saberás que viverá por muito tempo, não tendo apego por coisas materiais.
Ifá ensina que o apego as coisas materiais do mundo cria medo da morte. Quando um homem morre, se transforma em um Egúngún mascarado, ou seja, em um espírito. Ifá diz que o espírito de um homem provém do céu e pode assumir qualquer forma: pode crescer espiritualmente ou regredir conforme seus atos, sendo um pensamento muito parecido com espiritismo, onde o espírito pode evoluir ou decair.
Ikú, a morte, é o outro nome pelo qual é chamado “Oníkò”, este último era seu nome em tempos primordiais, mas pela ação de matar, que é a perda da vida de tudo que foi criado, incluindo o homem, preferiram chamar esta entidade pela sua qualidade. Ikú Oníkò é um servente de Olódùmarè que foi criado para trazer de volta a alma do viajante a cidade do céu (Orun).  O Odù Ogbe Oyekun certifica a criação de Ikú como resultado de um acordo que os mortais fizeram com Olódùmarè.
Ikú foi um ser físico de nome Oníkò, quando viveu Àiyé (terra), mais precisamente, foi Bàbálawo muito devoto da tradição Yorùbá e por seu trabalho, junto à assistência de Onípìpín Orun, ele sabia a hora de que cada homem iria morrer. Após sua morte, Olódùmarè concedeu-lhe o poder de tornar-se invisível, para que pudesse realizar suas tarefas de forma discreta. Desde então, ninguém sabe onde vive e quando atuará, restando saber apenas que um dia ele aparecerá.
Ikú não é visível aos olhos humanos e segundo Ifá, sua presença pode ser sentida por algumas pessoas quando seus dias estão terminando aqui no àiyé e estão prestes a morrer. A morte constitui em o final de um ciclo, onde devemos sempre ter em mente que nossa passagem no Àiyé é temporária, e tem como propósito geral de crescimento espiritual, resumindo-se na missão pessoal de cada indivíduo.
Aquele que tem medo da morte não vive a nossa crença ou não entende que a vida é um processo de aprendizagem. A vida é uma experiência momentânea, que quando chega seu fim é porque a aprendizagem está completa. A pessoa poderá assim regressar a seu verdadeiro local de origem e constituir-se em um espírito protetor para seus seres queridos, que permaneceram no àiyé.
Ikú é conhecido também como Oba Ajogun (Rei dos Ajogun) e sua esposa é chamada de Àrùn (doença). No Odù Òtúrúpòn Òdí menciona claramente o nome primordial de Ikú com Oníkò como veremos a seguir:




Ifá aconselha a pessoa que ame a mãe, de forma que as coisas ruins, não!
Iria parar seu êxito. Sua mãe lhe ama muito.
É o rato no fogo que sabe dançar a dança de Òtúrúpòn e Òdí
É o peixe no fogo que sabe dançar a dança de Òtúrúpòn e Òdí
Esta foi a adivinhação para o maior Muçulmano
Que falaria de certa maldição
Que nunca acabaria
Solicitaram que fizesse o sacrifício
Ele estava fora de casa
Sua mãe estava em casa
Ela
decidiu
visitar seu filho sempre que ele vinha fazendo estudos
islâmicosDepois de um tempo, o homem parou de visitar sua mãe
E ele viajou para outro lugar
Entretanto as pessoas viam a Morte fisicamente naquele tempo
A mãe viu a morte Oníkò  enquanto o filho estava longe
Oníkò disse: É tempo
A mulher disse: Meu filho não está em casa
Ela
pediu as pessoas de sua volta para irem em busca de seu filho
Quando eles chegaram onde o filho estava,
Ele havia saído de novo
A mulher estava vestindo apenas um par de panos
Isto seria a única roupa que enterrariam ela
A mulher tristemente
Naqueles dias antigos, eles enterravam o morto com tantas roupas possível.
Eu tenho os pacotes em casa
A
mulher morreu
Oníkò a levou
Antes de morrer, a mulher afundou-se em tristeza, exclamando:
Meu Pai
Eu enterrei com várias roupas
Minha mãe
Eu também enterrei com vários tecidos
Este único trapo em mim
Que
eu levo em mim para visitar meu filho
É o único que eu tenho
E eu esperando e esperando por este mesmo filho regressar
Eu não o veria de novo
A mulher amaldiçoou seu filho
Que, se a criança não é enterrado com um único tecido
Ele não poderia entrar no céu
Você Oníkò, ela disse:
Permitamos ir
Oníkò a levou então
Agora que o filho não estava em casa
Os
vizinhos se peguntaram:
"Onde nós enterramos essa mulher indefesa agora?"
Eles resolveram levar seu cadáver para um espaço aberto
Além de onde se pudesse caminhar, longe das ruas
Eles escavaram a terra
E a enterraram em uma tumba no mato
Sempre que seu filho regresse, os vizinhos falavam:
“Ele saberia o que fazer”
Dias rodados durante dias
E mariposas em cima de mariposas
O filho voltou
Onde minha mãe está? Perguntou!
“Ali”. Os vizinhos disseram apontando para tumba
Como isto aconteceu?
Eles disseram que ajudaram a enterrar-la
“Ela o amaldiçoou antes de morrer” disseram!
O filho pegou 2 ou 3 búzios
Ele foi consultar Orúnmìlà
“Por favor ajude-me falando sobre a morte da minha mãe”
Orúnmìlà lhe disse que preparasse bolos de milho
E usa-se para aplacar a maldição
Ele preparou os bolos de milho
E colocou em todos os cantos do caminho
Então ele começou a implorar: "Por favor, escolha outro de fora”
Esteja certo de comer
"Eu não sei quem ajudou a enterrar a minha mãe”
“Ajuda tomando algo para comer” o filho pediu.
Ifá pede a esta pessoa que seja amável com sua mãe
Ele começou a dançar e comemorar
Ele estava louvando seus Bàbáláwos
Seus Bàbáláwos estavam louvando Ifá

Òtúrúpòn Òdí

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