OBÀTÁLÁ
(O Rei de Roupas Brancas)
Por: Mógbà Rudi Omo Sàngó
O Odù Odi Ogbe relata que Obàtálá foi a última divindade criada por Olódùmarè. O criou quando descobriu que Èsù havia infiltrando-se nas fileiras divinas e havia tomado posse das mentes das outras divindades.
Obàtálá foi concebido como a encarnação dos desejos de Olódùmarè em términos de bondade, humildade, verdade, pureza, razão e justiça.
O festival Obatalá é realizada em Ilè-Ifè, no templo itapa
Conforme foto acima.
Conforme foto acima.
Em terras Yorùbá é conhecido com diferentes nomes, por exemplo, em Ilè Ifè é Òrìsànlà; na cidade de Ogbomoso chama-se Òrìsà Popo e de Òrìsà Agiyan em Ejigbo, entre outros. Òrìsànlà tem o poder de trazer a seus adoradores, prosperidade, posições materiais e sociais.Òrìsànlà significa (O grande Òrìsà) tornando-se popular por conceder filhos a mulheres estéreis e por modelar os bebês no ventre materno. Os albinos (àfín), os anões (iràrá), incapacitados (asuké), deficientes (aro) são sagrados para ele. Essas pessoas são chamadas “Eni Òrìsà”. A crença é de que Òrìsànlà, como escultor divino, às vezes produz seres com defeitos físicos para que as demais pessoas lhe agradeçam por terem sido moldados de forma correta. Por isto és louvado como:
O gbé omo rè, ó só ó dajé
Ó nì kì wón rérìnín, wón rérìnín
Que se traduz como:
“Aquele que se mantém ao lado de seus filhos e os faz materialmente prósperos. Ele lhes dá razão para rirem e eles riem”
Chief Posi Égbéwólè Obaluru Obàtálá nasceu em uma família de Obàtálá e hoje promove o festival em Ilè Ifè (Nigéria). Na atualidade detém o título de Ìwàrefa na fraternidade Ogboni.
Além disso, Òrìsànlà é notável por sua pureza, vive em um palácio branco e está trajado pela mesma cor. Dos adoradores de Òrìsànlà se espera que sejam limpos e corretos, podendo vestir-se de qualquer cor, porém o branco é o mais indicado para eles. No santuário de Obàtálá sempre há uma vasilha com água limpa que deve ser trocada pela manhã, por uma mulher virgem ou que tenha passado a idade de menstruar. Esta água sagrada é cerimonialmente dada aos devotos e é uma poderosa medicina para as mulheres estéreis. A Òrìsànlà se oferenda caramujos, kola amarga, milho branco, azeite de milho e coco.
As comidas presenteadas devem ser cozidas com manteiga de karité, nunca com Epo, e não podem estar temperadas com atare (Pimenta). Seu principal tabú é o vinho de palma ou qualquer licor, Obàtálá não aceita bebidas alcoólicas como presente, de igual forma seus adoradores tem proibição de ingerir bebidas destiladas.
As comidas presenteadas devem ser cozidas com manteiga de karité, nunca com Epo, e não podem estar temperadas com atare (Pimenta). Seu principal tabú é o vinho de palma ou qualquer licor, Obàtálá não aceita bebidas alcoólicas como presente, de igual forma seus adoradores tem proibição de ingerir bebidas destiladas.
Obàtálá se tornou o mais conhecido e reverenciado de todos os Òrìsà, por toda terra dos Yorùbá e por extensão em todo o Mundo. Casado com Yemowo (Yèyé= mãe + omo= filhos + òwó= búzios), formando o casal exemplo de todo cosmo Yorùbá, pois Obàtálá teve apenas esta divindade como esposa, tendo seu templo em Ìdètà (Ilé Ifè).Sobre Obàtálá, Luiz L. Marins no seu trabalho chamado “Obàtálá e a criação do mundo Yorùbá – Òrìsà Dídá Ayé” página 11, oferece-nos um excelente resumo de 21 linhas de um Ese Ifá (Poema de Ifá) que está se perdendo na atualidade, onde teve a intenção de resgatar a antiga história da criação do mundo, dos Nàgó, e registrar para as futuras gerações porque ele representa o próprio Olódùmarè, e também em o único Òrìsà Àkóbí (Òrìsà primogênito), onde nos dias de hoje muitas literaturas seguem dizendo que Odùdúwà criou o mundo e Obàtálá falhou e criou apenas os seres humanos. Discordo do fato de que Obàtálá tenha falhado e que Odùduwà tenha sido um personagem feminino, sendo o mesmo no meu entendimento um ancestral (masculino) que deu origem a cultura Yorùbá que hoje é o patriarca da cultura no mundo. Alguns escritores confundiram Odùduwà com Òrìsà Odù (femino) e um dos nomes de Yemowo.
ÒRÌSÀ DÍDÁ AYÉ
Segue poema do Odù Ejìogbè
ÒRÌSÀ DÍDÁ AYÉ
1. Ìtàn àtowódówó, ìtàn atenudenu
2. Oníìwáàdí àtúndá léselése Òrìsà Dídá Ayé
3. Jogo para Obàtálá
4. Òrìsà-Nlá Ìgbà Àkókó
5. “O Grande Orìsà do inicio dos tempos”
6. Àkóbí Olórun
7. “O primeiro filho de Olórun”
8. Ìbìkejì Olódùmarè
9. “A segunda pessoa de Olódùmarè”
10. No dia que ele estava vindo para criar o àyé
11. No tempo que a existência começou
12. Olódùmarè era uma massa infinita de ar
13. Começou a mover-se lentamente, a respirar
14. O ar transformou-se em massa de água
15. Dessa água nasceu Òrìsà-nlá
16. O grande Òrìsà-Funfun, o Òrìsà da cor branca
17. O que é agora a nossa terra
18. Era um pântano desolado
19. Em cima estava o òrun
20. Onde também moravam os Òrìsà
21. Tudo que eles precisavam estava no òrun
(segue até o verso 401)
ba tri fral isso
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