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terça-feira, 31 de maio de 2011

QUANDO O APRENDIZ QUER VIVER DA FAMA DO MESTRE

QUANDO O APRENDIZ QUER VIVER DA FAMA DO MESTRE


Texto de: Bàbá Osvaldo Omotobàtálá
Comentários finais de: Mógbà Rudi Omo Sàngó


Obàrà bògbè diz:

Bàbá mi ni gbènàgbènà
Bí mo yio fé gbènàgbènà mo k’èkó
Bàbá mi ni babaláwò
Bí mo yio fé babaláwò mo k’èkó
Kò sí enikan jogún ìjéwó ti bàbá
Kò ògba fún ni omo rè
Emí yio ní dára jùlo ohun tí ó kan eniyan
Bí mo fé gbà òkìkí mi
Díá fún Adedélé
Nígbàtí o lo fi joba



"Meu pai é carpinteiro
Se eu também quiser sê-lo terei que aprender
Meu pai é bàbálawo
Se eu também quiser sê-lo terei que estudar
Ninguém herda a profissão do pai
Nem é igual ao pai pelo fato de ser seu filho
Tenho que ser bom no que eu faça
Se eu quiser obter meu próprio sucesso
Foi a divinação para Adedélé
Quando ia ser coroado rei"


Alguns que procuram iniciar-se em Òrìsà ou Ifá, muitas vezes tentam façê-lo embaixo das mãos de alguém que já ganhou certa fama e é respeitado pela comunidade, pois acreditam que se eles dizem: “Fulano foi quem me iniciou”, o povo vai dizer: “Se foi fulano quem iniciou para Ele, então deve ser bom igual”. No entanto, nem sempre é assim, já que o fato de ser iniciado por alguém não significa ser tão bom quanto esse alguém, pois para isso cada iniciado deverá esforçar-se e estudar muito, a iniciação é apenas um primeiro passo. Quantas vezes a gente escutou?.... “Eu sou da linhagem do Engenho Velho Casa Branca”... "Eu sou iniciada por um neto da Mãe Meninina de Gantois" (Nesse caso o pai-de-santo e avó-de-santo também não são ninguém, e é preciso nomear a saudosa Mãe)... “Eu fui iniciado pelo Awíse de Osogbo”.... “Eu venho da linhagem do Ilè-Ifè”... Etc.... Sendo que todas as sentenças procuram em verdade fazer uso da fama do mestre ou de alguém que já foi importante, porque de certo, quem se está apresentando não tem fama nenhuma, não é ninguém e quer de algum jeito ser reconhecido ou olhado também como um (ou uma) grande sabio (ou sabia).
As vezes, os iniciados nunca tem preocupação por aprender nem por ir até a casa do seu mestre em procura de conhecimentos.
Se uma pessoa quer saber se um estudante é bom, não deve se basear na fama do mestre ou dos ancestrais da linhagem, o que deve fazer é falar com o mestre e perguntar-lhe se esse aluno tem os conhecimentos necessários para guiar outros.
Outras vezes, o mestre nem sequer deu autorização para que o aluno faça consagrações para outros... aí é quando, sem sabê-lo, o povo também usa a fama, porém ao invés, dizendo: “Se este faz as coisas tão mal.... seu mestre deve ser muito ignorante.”


"Quando se tem o rio diante não é preciso discutir se o sabão faz espuma"



Comentário: Mógbà Rudi Omo Sàngó

Esse artigo nos faz refletir com o atual quadro do Batuque do RS, onde muitos adeptos procuram sacerdotes com certo prestígio na comunidade para poder falar que é iniciado por Pai fulano de tal ou Mãe fulana de tal... sem ao menos tentar ser igual aos mesmos, escondendo-se atrás da sombra de seus sacerdotes. Um adepto do culto deve estudar, perguntar a seu sacerdote ao invés de viver uma vida de aparência. Hoje em dia o Batuqueiro está muito preocupado com a imagem doque do conhecimento, pousando para jornais Afros locais. Muitas vezes com seu sacerdote do lado para tipo constatar sua iniciação. É lamentável que esse quadro esteja tornando-se corriquero dentro da nossa religião. 
Nem tudo que reluz é ouro, temos que ter isso sempre em mente!!!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A VELHICE YORÙBÁ E OS ANCESTRAIS DO BATUQUE

A VELHICE YORÙBÁ E OS ANCESTRAIS DO BATUQUE


Por: Mógbà Rudi Omo Sàngó

Ifá diz em um verso de “Odù Òdí Ogbé” que a velhice é algo que Ifá deseja para todos como está visto no seguinte verso:

Sekete nìhewú
Àìgùn làìdàgbà
Atikékeré hunrungbòon yèwúke
A díá fún Òrúnmìlà
Níjó àwon òjòjò òná n kanlé Èdúú yún
Gbogbo ajogun ibi n gbalé re é lo



O cabelo grisalho é um indicativo da idade
Não ser alto é um indicativo da falta de crescimento
Mas alguns podem crescer longas barbas desde tenra idade
Esse foi o Adivinho para Òrúnmìlà
O dia em que todas os seres malévolos estavam indo para sua casa
Todos os Ajogun estavam a caminho de sua casa

Se o homem viver em harmonia com o cosmo, terá uma boa oportunidade de viver por muito tempo na Terra. A longevidade é concebida como “ire àìkú”. Como em todas as facetas da vida, a velhice tem sua própria função dentro do mundo, mostrando que o indivíduo foi merecedor dessa dádiva. Pois Olorun criou a terra para o ser humano viver longa vida. É fato que hoje em dia existem pessoas de idade avançada sem boa índole, mas isso é claro que esse indivíduo provavelmente não receberá a dádiva de reencarnar e retornar a esse plano, pois será julgado no Òrun, implicando até mesmo na aniquilação total da alma desse transgressor. Um homem que vive de maneira correta, com caráter, poderá ser lembrado, cultuado como Egun, poderá reencarnar novamente, etc.
Todo homem que tenha vivido um período razoável de tempo podem considerar “velhos”, e são estes indivíduos quem são os responsáveis pelos registros da cultura e tradições que serão passadas as próximas gerações. Quando um homem cresce uma idade avançada, os Yorùbá afirmam “Ó fowó ó fèrìgì jobì” que se traduz: “Ele usou suas mãos para tocar seus cabelos brancos e suas gengivas para mastigar a noz de Cola”.
Os ancestrais da Nação Yorùbá viveram por muitos anos, considerando décadas ou até um século de vida. Para que alguém goze de uma existência tão longa, existem estilos de vida em que a pessoa deve adquirir de forma estrita, entre elas se destaca a gentileza, a generosidade e a abertura da mente e espírito.
Para cultura Yorùbá, não existe uma poção para desfrutar a vida até a um idade avançada, somente um individuo gentil poderá sobreviver o passar dos anos, somente aquele cuja mente e espírito se encontre destapados, possa viver por muito tempo. Falando um pouco mais de “Batuque” agora, que é o propósito deste blog, não podemos nos esquecer daqueles que viveram longas vidas, exercendo sacerdócio e transmitindo a tradição oral que nos foi deixada por décadas e hoje com século de existência. Hoje ao me deparar com mais afinco com a tradição e cultura Yorùbá, percebo que no nosso Batuque o culto aos ancestrais foi feito de maneira coletiva no solo Gaúcho, onde nossos ancestrais foram cultuados por suas famílias religiosas de maneira coletiva, tal como “culto da sociedade secreta Oro” dos Yorùbá. Arrisco-me ainda em dizer que se o Batuque tivesse cultuado Egun  de maneira individualizada, o que não é fácil, se poderia hoje ter grandes Egun do nosso Batuque, com a dádiva de vir nesse plano manifestado em algum descendente da linhagem, sendo Egun materializado. Existiram dezenas de Bàbálòrìsà e Ìyálòrìsà que morreram muito velhos no nosso Batuque e não podem ser esquecidos jamais, por esse fato criei um tópico no Orkut (Comunidade Batuque do RS – Tópico: Fotos dos Antigos).
Não me atreverei a citar nomes neste artigo, para não correr risco de esquecer-se de algum, mas com certeza todos foram importantes para nosso culto. Também temos que salientar que o Batuque não tem vínculos ao sistema de Ifá na forma de interpretação dos búzios, mas não nos priva de estudar essa filosofia para podermos entender como funciona o sistema Yorùbá, tanto em filosofia, cultura, tradição e etc. 

Abraço a todos e espero viver por muitos anos!!!!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

OYA T’IGBÓWÀ

OYA T’IGBÓWÀ
(Oyá – Aquela que vive no mato)

 Por: Mógbà Rudi Omo Sàngó

Oya é o Òrìsà que vive no rio Níger (África), conhecida como Oya-odo. É dona dos ventos fortes, dos tornados, das tempestades e das enchentes de rios, por esse motivo é feito um altar para Oya, para que proteja nosso espaço urbano (aldeias, bairros, etc.) dos desastres que provocam os tornados, os ciclones e as enchentes. Quando falamos de Yánsàn estamos também falando de Oya, mas com outras qualidades, que adquire no delta do Níger, como na sua divisão em 9 braços para desembocar no mar e também como uma Oya que se transforma para trabalhar com os mortos no mar, local esse que muitos séculos atrás eram enterrados os mortos por não haver cemitérios, e trabalhando nas encostas onde sempre sopra o vento. Uma outra qualidade de Oya é Ní’kè, querendo dizer: “Existe no alto”, onde o vento sopra no alto das montanhas, alto das árvores, alto do bambuzal, etc.

Para os Yorùbá o espaço mato é o local tanto sagrado, como perigoso, pois nele são enterrados os mortos, em locais bem afastados dentro de um mato fechado, local onde habita Oya T’igbówà” que traduzido significa: (Oyá vive no mato).

No Batuque Oya T’igbówà está associada também ao mato, mas principalmente ao cemitério, pois na nossa cultura existe local adequado para esse fim. Tanto Oya ou Yánsàn, tem diversos caminhos nos quais variam muito sua modalidade de trabalhos, mas o que nunca muda é seu caráter guerreiro. Oya é a “Mãe dos Epa” (ancestrais guerreiros divinizados), por isso dizemos que é mãe dos Eégun e os domina, e sua saudação “Eepà yeyò" significa: “Alegre-se mãe dos Eepà”. Oya é descendente do clã dos Òrìsà funfun guerreiros (filha de um dos Obatàlá), mas ao casar-se com Ògún, passou a integrar a família deste (pois assim mandava a tradição Yorùbá). Seu verdadeiro marido é Ògún. Quando vive com Sàngó chama-se Yánsàn, e sobre isto também há um Itán-ifá (história de ifá) que conta como Oya se transforma em Yánsàn (mãe convertida em nove) dizendo que quando ela fugiu com Sàngó, Ògún travou uma grande luta com ela e a dividiu em “nove” e ela o dividiu em “sete”. Com Ògún, O teve “oito filhos”, todos nasceram mudos, essa expressão conota e nos dá a explicação que todos esses eram mudos, simbolicamente explicando por não terem sido lembrados, nem tão pouco alcançado a dádiva de tornar-se “Eégun”.  Esses oito primeiros filhos de Oya não podiam comunicar-se do Òrun (Além), por isso dizia que eram mudos, sendo os mesmos associados ao próprio mato, onde permaneceram.


Segue relação de 8 filhos de Oya:


1)     Imalega - Nasceu no primeiro dia do Ebo Ikú, arrancado do ventre de Oya pelas Ìyámi, e foi envolvido em panos. (Aqui demonstra claramente que trataria-se de um Àbíkú, onde morreu ainda prematuro, não podendo ter transformando-se em Eégun.

2)     Yoruga - Foi envolvido na palha seca e alimentado com talos de bananeira. Nasceu com a vaidade de Oya e é o preferido. (Aqui também dá conotação que o mesmo continuou existindo como espírito da floresta).

3)     Akuga - Nasceu no terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras de bambú. É rebelde. Não se deve tocar o chão do bambuzal. (Aqui também faz entender que o mesmo continuou vivendo na floresta, não alcançando seu caminho de destino "Òrun”.

4)     Uruga - Alimenta-se das folhas da bananeira e esconde-se nas florestas. Faz buracos. (Idem)

5)     Omoruga - Alimenta-se do pó do bambú que está caído no chão. Vive no milharal e fica escondido nos bambuzais observando os seres humanos. (Idem)

6)     Demo - Oya cobriu-o de lama para saber os segredos de seus inimigos. Usa pele de búfalo para acompanhar Ode. (Permanecendo na floresta).

7)     Reiga - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios. Esconde-se nas grandes árvores dos cemitérios e ronda as sepulturas a procura de objetos perdidos ou esquecidos pelas pessoas. (Idem)


8)     Heyga - É violento e vive perseguindo o “Orí” do ser humano. Propicia desastres e desordens. (Aqui seu filho além de não alcançar o poder de tornar-se antepassado venerável, acaba virando um soldado “Ajogun”.

Após 8 filhos sem sucesso, Oya procura Bàbálawo para saber como poderia ter um filho que não fosse mudo, ou seja, que pudesse ser lembrado e ainda que comunicasse do além com seus descendentes. Bàbálawo diz a Oya que teria que ser possuída por um homem com determinada agressividade e que fizesse ebo. Oya fez e conheceu Sàngó que era a descendência convertida na terra, Sàngó seria lembrado e seus filhos também. Da união dos dois, nasce o 9º filho.

9- Egúngún- Filho de Sàngó e Oya. Esse último dá inicio a descendência e a origem do culto Egungun em Oyo. Aqui Oya passa a ser chamada por Yánsàn: “A mãe dos nove” e também “A mãe dos Eégun”.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

A ARTE DE ESCREVER


Por: Adilson Torquato

Escrever é produzir e emitir idéias por meio de um assunto concreto (mensagem) usando canais de comunicação que facilitam o entendimento do receptor.
Escrever é usar o idioma (a nossa gramática e a nossa literatura) aplicando as formas e técnicas de redação adequadas ao texto proposto pelo examinador da prova.
Cada redação tem uma forma de comunicação usando a referência temática e fazendo estilos diferentes e pessoais que só percebemos na Literatura de grandes obras e escritores.
Os problemas na redação, os erros ortográficos, a dificuldade de manter uma estrutura linear ao tema solicitado, a falta de leitura cotidiana, erros de acentuação e pontuação, a fuga da linha de pensamento na introdução e perda da seqüência lógica leva a uma redação não muito clara, concisa e harmônica.
A prática da redação leva a perda da ansiedade e do chamado "branco" que ocorre na hora de redigir sendo assunto que preocupa grandes escritores como Othon Garcia em sua Obra “Comunicação em Prosa Moderna” (ótima dica e recomendação para leitura). Outros buscam uma parte prática acerca da estrutura redacional como podemos louvar o trabalho dos autores Magna Becker Soares e Edson Nascimento Campos em sua Obra Técnica de Redação:
"... Fazer uma REDAÇÃO significa construir atos de comunicação."
Este manual prático de habilidades em Dissertação dividido em cinco unidades fortalece nossas dicas sobre a Redação como "... o processo de escrever como articulação de um conjunto de parágrafos." E a prática de escrever como "...uma atividade de pensamento que se realiza pela articulação de vocábulos, orações e parágrafos..." (Articulações lingüísticas como técnica de pensamento). Não se deve perder a curiosidade à Leitura de Técnicas de Redação e estes livros são elucidativos para quem quer realmente aprender a redigir mas deve sempre que possível um acompanhamento de um Professor de Língua Portuguesa e Redação e principalmente ler muito e se atualizar com o Mundo. Lembre-se que tudo aqui são dicas e não curso de redação. Mas com as Dicas de Português, Literatura e Redação, tudo fica mais fácil e bem mais claro. É o nosso presente para os vestibulandos e a nossa colaboração.


Uma vez um amigo me disse: “Porque não publica isso Rudinei?” Eu respondi que não queria e não tinha interesse em escrever nada, pois guardava materiais que vinha pesquisando à uns 15 anos para meu próprio conhecimento.  Essa mesma pessoa me encorajou em poucas palavras dizendo que os materiais não serviriam de nada se não fosse exposto. Refleti sobre isso e cheguei a conclusão que eu estava sendo egoísta por guardar algumas coisas que poderão ser importantes para outras pessoas. Mais tarde descobri que esse amigo chamado “Luiz Marins” e que por sua humildade, não transparecia o grande escritor e pesquisador que é e tem muito a nos mostrar ainda no campo “Yorùbá”, mais tarde Erick Wolff, outro grande amigo do coração, me cedeu espaço na “nossa revista” – Olorun Magazine, digo nossa, porque apostei e assinei embaixo nesse grande projeto que não visa auto-promoção de grandes sacerdotes com fotos de eventos, destinando-se a levar a informação gratuitamente aos interessados. Sei que tenho muito ainda que aprender no que se diz "escrever", mas repartirei do pouco que sei com os irmãos de fé.

OSOGBO - HISTÓRIA DO NOME DA CIDADE


É contada a história de quando Laro, depois de muitas atribulações, achando o local favorável para o estabelecimento de uma cidade, aí se fixou com sua gente. Alguns dias depois de sua chegada, uma de suas filhas foi banhar-se no rio e desapareceu nas águas. Reapareceu no dia seguinte, soberbamente vestida, declarando ter sido muito bem acolhida pela divindade do rio. Laro, para demonstrar sua gratidão, dedicou-lhe oferendas.
Numerosos peixes, mensageiros da divindade, vieram comer, em sinal de aceitação, as comidas que Laro havia jogado nas águas. Um grande peixe, que nadava próximo ao local onde este se encontrava, cuspiu-lhe água. Laro recolheu esta água numa cabaça e bebeu, fazendo assim um pacto de aliança com o rio. Estendeu, depois, as mãos para frente e o grande peixe saltou sobre elas.
Laro recebeu o título de Atáója - contração de frase Yorùbá - A téwó gbáà eja ("Ele estende as mãos e recebe o peixe") - e declarou: "Òsun gbo" ("Oxum está em estado de maturidade"), suas águas serão sempre abundantes. Esta foi a origem (lendária) do nome da cidade de Osogbo.

O Templo de Òsun recebe muitos visitantes por ocasião do Festival de Òsun que é realizado anualmente.


Festival anual em Osogbo
(Devotos purificando-se no rio Òsun)


Oba Oyewale Matanmi
(Atual Oba de Osogbo)

MÓNÁMÓNÁ – A SERPENTE DE ÒGÚN


Mónámóná é a serpente de Ògún. É uma cobra grande e de cores maravilhosas. Sua mordida não é venenosa durante o dia. As pessoas em território Africano alegam que ela só morde durante o entardecer, quando sua mordida é mortal. Há muitos devotos de Ògún, que levam a Mónámóná viva, em seus pescoços como símbolo de bravura e até mesmo de confiança no Òrìsà.

Está é a origem de um canto ìjálá que diz:

Mónámóná ni ológùún gbé.
Olúgùún tò bá gbé paramólè, yóó dìyonu.


A serpente Mónámóná é aquela que pode ser levantada por um adorador de
Ògún para ser levada em seu pescoço. O adorador de Ògún que leva no pescoço a paramólè (a víbora), busca problemas.

Para saber mais sobre esse artigo, verificar matéria completa e de grande conteúdo no blog do querido amigo Erick Wolff:

quinta-feira, 19 de maio de 2011

OSÁNYÌN ERIMODO OBAJI

OSÁNYÌN ERIMODO OBAJI
(Ossanha o Rei das árvores)


Por: Mógbà Rudi Omo Sàngó

Elésè kan jù elésè méjì lo.
Ewé gbogbo kíki oògùn

Àròni já si kòtò di oògùn máyà


“Aquele de uma perna que os homens de duas temem
Aquele que faz medicina com todas as ervas e as torna em remédio.
Àròni, aquele que defende-se com  amuletos usados no peito”.

Osányìn, emite um som na mata peculiar, atribuído ao pássaro chamado de Opere que é representação mítica em sua ferramenta forjada em ferro. Não existe Osányìn sem Opere, os mitos relatam que Osányìn voa a noite montado em seu pássaro. Dentro de nossa religião, Osányìn e uma das mais importantes divindades, a redor deste Òrìsà giram todas as atividades da iniciação e de consagração a um Òrìsà, seria como dizer “Ko si Ewé Ko si Òrìsà” - “sem folhas, sem orixá”, que não há ritos sem os “atributos herbários” de Osányìn. Este quem purifica cada fragmento tangível, cada tributo, cada objeto a ser utilizado 
Osányìn,  também conhecido como Osányìn  Erimodo obaji (rei das árvores), o bruxo que realiza a medicina com qualquer Ewé (folha) foi quem ensinou Òrúnmìlà a fazer “Akose” medicina. Osányìn  foi escravo de Òrúnmìlà e lhe mostrou sua capacidade de fazer dinheiro com uma Ewé (erva) chamada “Aje” e também fazer da mata uma riqueza. Com essa erva “Aje”, realizou diferentes medicinas feitas com  “sabões” e “pós” para ser mescladas junto aos versos de Ifá, e utilizadas junto ao “Opon Ifá”  (tabuleiro de Ifá) que trazia a riqueza nas vidas das pessoas.
Esta divindade permite que as pessoas possa ter o poder de manipular espíritos e curar enfermedades, ou até mesmo fazer enferma seus inimigos, podendo até mesmo matar, uma vez que Ikú também é um Ajogun. Ele quem pode acabar com a bruxaria realizada contra uma pessoa. Um exemplo de seu poder foi narrado numa história em Cuba, quando sacerdotes de Ifá realizaram diferentes bruxarias conhecidas como “Abilu” com esta divindade e que veio a conhecimento público. Uma pessoa que se encontra sob efeitos do mal provocado por Osányìn tem sintomas graves, tais como: loucura, enfermidades, depressões emocionais e destruição do Orí. Esta divindade tem o poder de manipular as energias negativas do lado esquerdo do cosmo (200+1 Ajogun), responsáveis por doenças, abandono, miséria, ódio, etc.

Medicina Abilu  para matar ou destruir uma pessoa

Este tipo de medicina é  usada na Nigéria para matar ou deixar enfermo um inimigo, com um tipo de maldição que persegue o mesmo por toda sua vida. Seus conhecimentos são grandes segredos que passam de geração em geração e que tem grandes resultados, quando usados com justiça e bom senso.

(Abilu abukú Ajogun)
“Medicina para atrair o mal com espíritos malévolos para destruição de
Algum inimigo”.

Akose
São medicinas tradicionais de Ifá. Os Yorùba da Nigéria  creem  que existe uma espiritualidade em todas as plantas e um poder positivo e negativo que podem ter modificações espirituais quando convertidas em remédios, não somente na cultura Yorùbá, como em diferentes culturas do mundo.

Osányìn tem um vínculo com Ògún e Ode (caçador) nas vilas e território Yorúbà. Ode foi seu fiel estudante, pois estava sempre presente na mata.

Soso ori ado,
ado omo elewu Ògún
A difa fun Osányìn,
won ni ko rubo ko le niyi,
Osányìn, o ru, agbebo
adie merin, epo pupa,
obi, asaro (isu), atare, bi omo
araye se pon
Osányìn le niyi,
igbana ni Osányìn di
alagba kari aye.

Tradução:
Soso ori ado,
O menino de Elewu Ògún,
Prediz a Osányìn e diz a ele
Que fizesse sacrifício para ter fama.
E para ser popular em todo mundo
Ele ofereceu inhame (asaro),
Noz de kola, azeite de dende (epo),
4 galinhas e pimentas.
Osányìn depois que fez o sacrifício
As pessoas começaram a procurar ele   
e ficou conhecido em todo mundo.

Em território Yorùbá Osányìn é conhecido como Èlésìjé que significa “Rei de Èsìjé um povo ao norte do território Yorùbá, em Kwara, um Estado da Nigéria, onde Osányìnse tornou rei. Osányìn chega as Terras Yorùbá por motivos de guerra, foi levado à Nigéria pelos Takuas e os Magines, nesse tempo Erinle, o primeiro Òrìsà a ser venerado por suas qualidade de curar e salvar enfermos, visto que chega Osányìn demonstrando o domínio absoluto das ervas e plantas. Desde então Erinle tem sido visto como “o médico” e Òsányìn o “curandeiro botânico”. A medicina natural que utilizam-se de folhas, denomina-se Òògùn.
Òrìsà que rege o amplo reino vegetal, conhecido por diversos epítetos, como por exemplo: Àgbénigi – Aquele que vive na árvore, Elésè Kan - O que tem só uma perna.
nos ritos de cerimônias de Òsà e Ifá. Na África, os curandeiros, chamados Olóòsanyìn, não entram em transe de possessão. Eles adquirem a ciência do uso das plantas após uma longa aprendizagem. No Batuque ele manifesta-se em seus adeptos, onde os mesmos dançam em apenas uma perna, possuídos pela divindade, fazendo movimentos de um lado para outro como se fossem o balanço das árvores, as vezes apontam os dedos indicadores das duas mãos em direção ao céu, fazendo alusão a seu pássaro Opere.

Existem diversos caminhos de Òsányìn no Batuque, onde podemos destacar dois conhecidos:
Òsányìn sá ru’ wé (Saruê)= Ossanha corre e leva as ervas
Òsányìn se re bu wá (Serebuá)= Ossanha faz o bem e investiga bem a fundo. 


ÀWÍSE ÀGBÀIYÉ - WANDE ABIMBÓLÁ

WANDE ABIMBÓ


Bàbálawo Àse de Ifá – Bàbálawo porta voz de Ifá.
Wande Abimbó foi eleito por todos Bàbálawo Yorùbá mais antigos com o título “Àwíse Àgbàiyé” – Porta voz mundial da cultura Yorùbá no mundo. Suas literaturas são de grande importância para estudiosos do culto tradicional Yorùbá, bem como, para todos Bàbálawo tradicionais Yorùbá.
Criei esse tópico no blog para divulgar suas obras, que a meu ver são riquíssimas em conteúdo.

Os próximos livros por Abimbola Wande

1. Orisa World: Yoruba Religion and Culture in Africa and the Diaspora Orisa World: Religião e Cultura iorubá na África e na Diáspora

2. The Yoruba Diaspora A diáspora iorubá

3. Louisville Lectures on Yoruba Religion and Thought Louisville Palestras sobre Religião e Pensamento Iorubá

Books by Wande Abimbola Livros por Abimbola Wande

1. Ifa Will Mend Our Broken World, Aim Books, Boston, 1997. Ifa vai consertar o nosso mundo quebrado, Livros Objetivo, Boston, 1997.

2.
Ifa Divination Poetry, NOK Publishers, New York, 1977. Poesia Ifa Divination, NOK Publishers, New York, 1977.

3. Ifa: An Exposition of Ifa Literary Corpus, Oxford University Press, Ibadan, 1977. Ifá: uma exposição de Ifá corpus literário, Oxford University Press Ibadan, 1977.

4. Awon Oju Odu Mereerindinlogun, University Press Limited, Ibadan, 1977. Awon Mereerindinlogun Oju Odu, University Press Limited, Ibadan, 1977.

5. Sixteen Great Poems of Ifa, UNESCO, Niamey, 1975. Dezesseis grandes poemas de Ifá, a UNESCO, Niamey, 1975.

6. Yoruba Oral Tradition (ed.), University Press Limited, Ibadan, 1975. Iorubá Tradição Oral (ed.), University Press Limited, Ibadan, 1975.

7.
Yoruba Idioms (ed.), Pilgrim Books, Lagos, 1969. Expressões iorubá (ed.), Livros Peregrino, Lagos, 1969.

8. Ijinle Ohun Enu Ifa Apa Keji, Collins, Glasgow, 1969, reprinted, University Press Limited, Ibadan,1976. Ijinle Ohun Enu Ifa Apa Keji, Collins, Glasgow, 1969, reimpresso, University Press Limited, Ibadan, 1976.

9. Ijinle Ohun Enu Ifa Apa Kini, Collins, Glasgow, 1968. Ohun Ijinle Apa Ifa Enu Kini, Collins Glasgow, 1968.

Articles by Wande Abimbola Artigos por Abimbola Wande

1. “The Bag of Wisdom: Osun and the Origins of Ifa Divination”, in Osun Across the Waters, J. Murphy and M. Sanford (ed.), Indiana University Press, Bloomington, Indiana, 2001. "O saco da Sabedoria: Osun e as Origens da Adivinhação de Ifá", em Osun através das águas, J. Murphy e Sanford M. (org.), Imprensa da Universidade de Indiana, em Bloomington, Indiana, 2001.

2. “The Contribution of Ancient Africa to Religious, Literary and Philosophical Thought: The Ifa Divination Corpus of West Africa as a Case Study”, Inaugural Lecture, Boston University, Boston, November 1997. "A contribuição da África antiga ao pensamento religioso, literário e filosófico: O Corpus Ifa Divination da África Ocidental como um Estudo de Caso", Aula Inaugural da Universidade de Boston, Boston, Novembro de 1997.

3. “Images of Women in the Ifa Literary Corpus, Queens, Queen Mothers”, in Priestesses and Power: Case Studies In African Gender, Flora ES Kaplan (ed.), Annals of the New York Academy of Sciences, Vol. "Imagens de Mulheres no corpus literário de Ifá, Queens, Queen Mães", no Sacerdotisas e Poder: Estudos de Caso em Gênero Africano, Flora Kaplan ES (ed.), Anais da Academia das Ciências de New York, vol. 8, 1997, (pp. 401-413). 8, 1997, (pp. 401-413).

4. “Ifa: A West African Cosmological System”, Religion in Africa: Experience and Expression, Thomas D. Blakey, et. "Ifá: um sistema cosmológico do Oeste Africano", Religião em África: experiência e expressão, Thomas D. Blakey, et. al. al. (eds.), James Currey, London and Heinmann, Portsmouth, Vol. (Eds.), James Currey, Londres e Heinmann, Portsmouth, vol. 4, Monograph Series of the David M. Kennedy Center for International Studies, 1994, (pp. 100-117). 4, Série de Monografias do Centro David Kennedy para Estudos Internacionais, 1994, (pp. 100-117).

5. “Lagbayi, the Itinerant Woodcarver of Ojowon,” The Yoruba Artist, Rowland Abiodun et. "Lagbayi, o marceneiro Itinerante de Ojowon", o artista iorubá, Rowland Abiodun al. al. al. (eds.), Smithsonian Institution Press, Washington and London, 1994, (pp.137-142). (Eds.), Smithsonian Institution Press, Washington e Londres, 1994 (pp.137-142).

6. “Secrecy and Objectivity in the Methodology of Ifa Divination”, (with Barry Hallen), in Secrecy: African Art that Conceals and Reaveals, Museumof African Art, New York, 1993. "Sigilo e objetividade na metodologia de Ifa Divination", (com Barry Hallen), em segredo: Arte Africano que esconde e Reaveals, Museumof Africano de Arte, New York, 1993.

7. “Decolonizing African Thought”, in Tradition and Development in Africa Today, Introduction to African Culture: 8, UNESCO, Paris, 1990, (pp. 15-22). "Africano Decolonizing Pensamento", na Tradição e Desenvolvimento em África Hoje, Introdução à Cultura Africano: 8, da UNESCO, Paris, 1990, (pp. 15-22).

8. “The Concept of Destiny in African Traditional Religion”, Ogun State Public Service Forum, Abeokuta, Nigeria, March, 1988. "O conceito de destino na Religião Tradicional Africano", no Estado de Ogun Fórum de Serviço Público, Abeokuta, Nigéria, março, 1988.

9.  “Unification of the World's Religions: The African View Point”, in Essays in Honour of SC Kim, Andrew Wilson (ed.), The Edwin Mellen Press, Lewinton and Queenston, USA, 1987. "Unificação das Religiões do Mundo: o ponto de vista Africano", em Ensaios em Honra de Kim SC, Andrew Wilson (ed.), A imprensa de Edwin Mellen, Lewinton e Queenston, EUA, 1987.

10. “An Appraisal of African Systems of Thought”, The Arts and Civilization of Black and African Peoples, Vol. "Uma Avaliação dos Sistemas de Pensamento Africano", as artes e civilização dos povos negros e Africano, vol. 2, Black Civilization and Philosophy, Third Press International, Lagos, Nigeria, 1986, (pp. 11-30). 2 Civilização Negra e Filosofia, Imprensa Terceira Internacional, Lagos, na Nigéria, 1986, (pp. 11-30).

11.  “The Notion of Sacrifica in Yoruba Religion”, in Restoring the Kingdom, Dean Williams Ferm (ed.), Paragon House, New York, 1984. "A noção de Sacrifica na religião iorubá", em restauração do reino, Ferm Dean Williams (ed.), Paragon House, New York, 1984.

12. “The Contribution of Diaspora Blacks to the Development and Preservation of Traditional African Religion in the Americas”, in Cultures Africaines, Documents de la Reunion d'Experts sur les Apports Cultures des Noirs de La Diaspora al'Afrique, (UNESCO), 1983, (pp. 79-89). "A contribuição da Diáspora negros para o Desenvolvimento e Preservação da Religião Tradicional Africano nas Américas", em Culturas Africaines, Documentos de la Reunion d'Experts sur les Cultures aportes des Noirs de La al'Afrique Diáspora (UNESCO), 1983, (pp. 79-89).

13. “Notes on Collection, Transcription, Translation and Analysis of Yoruba Oral Literature”, Yoruba Language and Literature, A. Afolayam (ed.), UPL, Ibadan, 1982. "Notas sobre Coleta, transcrição, tradução e análise da literatura oral iorubá", Língua e Literatura iorubá, Afolayam A. (ed.), UPL, Ibadan, 1982.

14.  “Two Lineages of Yoruba Wood Carvers: Evidence from oral Literature on the Visual Arts of Africa”, The Role of Afro-American Folklore in the Teaching of the Arts and Humanities, AL Seward (ed.), Indiana University Press, Bloomington, IN, 1978, (pp. 283-293). "Duas Linhagens do iorubá madeira escultores: evidências da literatura oral sobre as Artes Visuais da África", o papel do afro-americano de Folclore em Ensino das Artes e das Ciências Humanas, AL Seward (ed.), Indiana University Press, Bloomington, IN , 1978, (pp. 283-293).

15. “Yoruba Traditional Religion”, Contemplation and Action in World Religions, Yusuf Ibish and Ileana Marculescu (ed.), Universit of Washington press, Seattle and London, 1978, (pp. 218-243). "Religião Tradicional Iorubá", contemplação e ação em Religiões do Mundo, Ibish Yusuf e Marculescu Ileana (ed.), de Washington Universit imprensa, Seattle e Londres, 1978, (pp. 218-243).

16. “The Study of Yoruba Literature”, Inaugural lecture, Series 24, University of Ife, Ile-Ife, 1977. "O Estudo da Literatura iorubá", palestra inaugural, Série 24, da Universidade de Ife, Ile-Ife, de 1977.

17. “The Ifa Divination System”, Nigeria Magazine: Special Festac Edition, Nos. 122-123, Lagos, 1977. "O sistema de adivinhação Ifá", Revista Nigéria: Edição Especial Festac, n º s 122-123, Lagos, 1977.

18. “The Yoruba Thought System”, The Theosophist, Vol. "Os iorubás sistema de pensamento", o Teosofista, vol. 38, nos. 38, nn. 8-9, May and June 1977, Adyar-Madras, India, (pp. 54-61, 83-90). 8-9, maio e junho de 1977, Adyar, Madras, Índia, (pp. 54-61, 83-90).

19.“Yoruba Traditional Religion in Brazil: Problems and Prospects”, Actes du Congress International Des Americanistes, Paris, 1976, (pp. 620-639). "Religião Tradicional Iorubá no Brasil: Problemas e Perspectivas", Actes du Americanistes Congresso Internacional de Des, Paris, 1976, (pp. 620-639).

20.“Consonant Elision in Yoruba” (with Olasope Oyelaran), African Language Studies 16, 1975, (pp. 37-60). "Consoante elisão em iorubá" (com Olasope Oyelaran), Africano Estudos de Línguas 16, 1975, (pp. 37-60).

21. “Iwapele: The Yoruba Concept of Good Character” in Yoruba Oral Literature, Wande Abimbola (ed.), University of Ibadan press, Ibadan, 1975. "Iwapele: O Conceito iorubá de Bom Caráter", em iorubá Literatura Oral, Abimbola Wande (ed.), da Universidade de Ibadan imprensa, Ibadan, 1975.

22.  “The Yoruba Concept of Human Personality”, in La Notion de Personne Afrique Noir, CNRS, Paris, 1073, (pp. 41-62). "O conceito iorubá da personalidade humana", em La Notion de Personne Afrique Noir, CNRS, Paris, 1073, (pp. 41-62).

23. “The Literature of the Ifa Cult”, Sources of Yoruba History, SO Biobaku (ed.), Oxford Universty press, Ibadan, 1973, (pp. 41-62). "A Literatura do Culto de Ifá", Fontes de iorubá história, assim Biobaku (ed.), pressione Oxford Universty, Ibadan, 1973, (pp. 41-62).

24. “Ifa Divination Poems and the Coming of Islam to Yorubaland”, Pan-African Journal, iv/4, New York, 1972. "Poemas de Ifá Divination e da Vinda do islamismo para o iorubá", Revista Pan-Africano, IV / 4, New York, 1972.

25. “Sylistc Repetition in Ifa Divination Poetry”, Lagos Notes and Records, 3/1, 1971, (pp. 38-53). "Repetition Sylistc em Poesia Ifa Divination", Notas e Registros Lagos, 01/03, 1971, (pp. 38-53).

26. “Yoruba Oral Poetry”, Introduction to Nigerian Literature, Bruce King (ed.), Evans, Ibadan, 1971, (pp. 12-23). "Iorubá poesia oral", Introdução à Literatura nigeriano, Bruce King (ed.), Evans, Ibadan, 1971, (pp. 12-23).

27. “Burial of the Dead Among the Yoruba”, Proceedngs of the Africa Studies Staff Seminar, University of Lagos, 1970, (pp. 98-144). "Enterro dos Mortos Entre os iorubás", Proceedngs do Seminário de Estudos de Pessoal da África, da Universidade de Lagos, 1970, (pp. 98-144).

28. “A Chapter from the Second Odu of Ifa”, Black Orpheus, 2/2, 1969, (pp.7-12). "Um capítulo da Segunda Odu de Ifá", Orfeu Negro, 02/02, 1969, (pp.7-12).

29. “Ifa as a Body of Knowledge and As An Academic Discipline”, Lagos Notes and Records, 2/2, 1968, (pp. 30-40). "Ifá como um corpo de conhecimento e como disciplina acadêmica", Lagos Notas e Registros, 02/02, 1968, (pp. 30-40).

30. “Ifa Divination Poems As Sources of Historical Evidence”, Lagos Notes and Records, 1/1, June, 1970, (pp.11-20). "Poemas de Ifá Divination como fontes de evidência histórica", Lagos Notas e Registros, 01/01, Junho de 1970, (pp.11-20).

31. “The Ese of Ifa”, African Notes, 2/3, Institute of African Studies, University of Ibadan, Ibadan, 1965, (pp.12-17). "A ESE de Ifá", Africano Notes, 03/02, o Instituto Africano de Estudos da Universidade de Ibadan, Ibadan, 1965, (pp.12-17).

32. “The Place of Ifa in Yoruba Traditional Religion”, African Notes, 2/2, January, 1965. "O Lugar de Ifá em iorubá religião tradicional", Notas Africano, 02/02, janeiro de 1965.

33.  “The Ruins of Oyo Division”, African Notes, 2/1, October, 1964. "As Ruínas de Oyo Divisão", Notas Africano, 01/02, Outubro de 1964.

34. “The Odu of Ifa”, African Notes, 1/3, 1964, (pp.6-12). "O Odu de Ifá", Africano Notes, 1 / 3, 1964, (pp.6-12).

OQUE É ÒRÌSÀ?

OQUE É ÒRÌSÀ?
(Ancestrais divinizados ou energias da natureza?)


Por: Mógbà Rudi Omo Sàngó

“...Após sua morte um homem pode tomar-se um Òrìsà para seus filhos, que passam a cultuar sua memória. O fundador de cada família, por exemplo, sempre se transforma num objeto de culto para seus descendentes. Alguns homens por seu valor pessoal, tomam-se Òrìsà cultuados por toda a nação. De heróis locais passam a heróis nacionais...”
Autor: Prof. Michael Adémola Adesoji

Como praticantes ativos do culto a Òrìsà, muitas vezes distorcemos o entendimento do conceito verdadeiro do que é um Òrìsà, e isto é lamentável, pois  é um assunto que deveria estar muito bem esclarecido por parte dos adeptos, onde vemos muitas dúvidas por parte dos mesmos. O que é Òrìsà? Para responder a esta pergunta tivemos que pesquisar em fontes confiáveis da cultura Yorùbá, o que pra eles é muito claro, porque nascem e vivem essa cultura dia-a-dia. Para termos o entendimento desse assunto, primeiramente temos que deixar de lado crendices sem base na cultura tradicional e fazermos uma análise na estrutura do cosmo. Onde Olorun cria todos os Ìmólè e nisto estrutura-se o Orun.

ÌMÓLÈ

Podemos classificar esta expressão em dois grandes grupos: “Igbamólè” e “Ìrun-ìmólè”.

IGBA-ÌMÓLÈ- Seres Espirituais superiores que guiam todos os feitos por Olorun (Deus). Tem um status superior ao de “Òrìsà e não lhes entregam cabeças nem tão pouco chega nas pessoas. Formam parte da energia incondicional do próprio Olorun” manifestada nos distintos elementos e forças do cosmos. São os primeiros “Espíritos Superiores”, anteriores a existência do “Mundo Material (Àiyé)”  tal como o conhecemos. Um período de câmbios ou “guerras” que estavam transformando o universo, onde foi necessário que existissem os primeiros “Ìmólè” para que se procedesse a Criação; ao final da mesma, estes Ìmólè” se “adormeceram” e apareceram os Ìrun-ìmólè” (Òkànlénírinwó Irúnmolè) que na realidade são os Òrìsà que vieram ao mundo e seguiram vivendo nele.
Os Igbamólè” são os primeiros 200 deuses que saíram respectivamente da mão direita e esquerda de “Olodumaré”. Subdividem-se em: Igba Irúnmólè Owokótún" ou "Ojúkótún", que são as 200 divindades da mão esquerda. E "Igba Irúnmólè Owokòsì" ou "Ojúkòsì" que são as 200 divindades da mão direita. Deste modo, se somarmos ambos grupos obtemos um total de 400 divindades superiores.
Os Igbamólè” nunca vieram ao mundo, nem encarnaram como homens, e se mantém até os dias de hoje dentro da Câmara Celestial de Olódùmàrè, são os Òrìsà que lhe acompanham e formam o Conselho Divino.

IRÚN-ÌMÓLÈ – São os 400 Òrìsà criados por Olódùmàrè, que vieram ao mundo, guiados por Ògún” (A Guerra). São considerados “Seres Superiores” que podem conviver no planeta Terra (àiyé) junto ao homem sem causar-lhe a extinção. Denomina-se realmente Òkànlénírinwó Irúnmolè”. Estes Òrìsà são aqueles que lhes rendemos culto diretamente, e com quem nos comunicamos, a quem lhes fazemos homenagens, oferendas e quem se manifestam no “processo de transe”. Eles vivem no Aiyé junto com todos nós.
Junto com Èsù” formam o número 400+1. Dependem de Èsù para comunicar-se com nós e para que tenha uma conexão entre eles, os Igbamólè” e Olódùmàrè”. Quando vieram ao mundo, o homem ainda não havia sido criado e cada um buscou um lugar onde refugiar-se dentro da natureza.

ÒRÌSÀ- Ancestral divinizado. Espírito que encarnou no mundo, onde viveu entre os homens e passou a história por haver realizado prodígios e outros feitos que valeram sua divinização através de rituais que o ligaram a algum “Imalé”. Todos os Òrìsà são visualizados como seres humanos e possuem uma origem terrestre: Èsù, por exemplo, é originário de Igbeti, o Òrìsà Oko descende da cidade de Irawo, Ògún vem da cidade de Ilá, Òsányìn da cidade de Èsìjé, Sàngó de Oyo, Òsun de Osogbo e assim por diante.

Há distintos tipos de Òrìsà:

Òrìsà Ìdílé - Aquele que é cultuado por una família dentro de seu lugar, Èsù Lóde, T’igbówà, Kámùkan, etc.

Òrìsà orí Aquele que atua de guardião da cabeça de cada ser humano.

Òrìsà Ilú - O Òrìsà que é venerado por uma cidade inteira, Èsù Olojà (Bàrà do Mercado), Sàngó Ilú (Xangô do povo).

Òrìsà Inu - Aquele que representa o inconsciente de cada um, o "Eu" interno, representado por Ojijí (sombra).

Òrìsà Alágbàtorí- Provém de Oni agbá ti Orí (dono do ancestral da cabeça), é o Òrìsà que se manifesta na pessoa através da incorporação, diferente do que está assentado nos “Pejí” e também distinto ao Òrìsà como energia da natureza. O “Alágbátorí” é a energia de um ancestral espiritual fusionada com a da pessoa, que vem representar seu Òrìsà como espírito humano que se faz visível no transe.
A maioria dos cultos a Òrìsà são feitos nas comunidades locais, sendo muito poucos de importância nacional. Os Òrìsà locais são considerados heróis do grupo que os venera e são identificados por sua natureza, característica do território em que são cultuados. As classes principais dos objetos de culto são os rios e os montes. Um exemplo de monte cultuado em nível local é Oke Ibadan, cujas cerimônias se realizam atualmente na cidade de Ibadan, um dos maiores centros do país, situado ao norte de Lagos. No dia do culto, não se acendem fogos.


Existem Òrìsà cultuados em todo território Yorùbá e não apenas em cidades e aldeias que é o caso de Èsù, Òsányìn, Ògún, Òrunmílà, Obatàlá, entre outros. Muitas famílias veneram um Òrìsà particular, mas temos que deixar claro que uma pessoa pode cultuar mais de um Òrìsà, dentre eles os mais de 400 existentes, a própria “Ìwá Pèlé” (bom caráter) é um Òrìsà que foi esposa de Orunmílà, onde se não cultuarmos a mesma, corremos o risco de não viver a vida de maneira ordenada e correta. Os Òrìsà foram homens que vieram a terra para mostrar seu poder, força, àse para poderem ser lembrados, fato esse semelhante a Jesus de Nazaré. Após sua morte, poderão ser lembrados, oferendados, etc. Cultuar Òsun, não se rende homenagem ao rio que leva seu nome, mas a mulher que, um dia, transformou-se em Òrìsà. Cultuar Sàngó não resume-se apenas em invocar e venerar o raio ou o trovão e sim em honrá-lo pelo homem que fora, capaz de empregar esses recursos naturais, por ter sido grande Àlàáfin de Oyo.


A associação de alguns Òrìsà com algum elemento da natureza não se resume ao fato de que o crente venere essa energia e sim a memória deles enquanto homens que viveram no Àiyé (terra) em tempos remotos.


Exemplo disso são os Oba (reis) Yorùbás que após sua morte passam da etapa de Egún para Òrìsà, assim como ocorreu com Sàngó, Aganjú, Oya, etc. E assim como ocorrerá com o atual Oni de Ilè Ifè, a excelência Oba Okunadé Sijuwàdé que é o descendente direto de Odùduwà na terra. Outro exemplo claro dessa descendência é o atual Àlàáfin de Oyo a excelência Oba Lamidi Adeyemi. O cosmo Yorùbá é muito elástico pois é composto de 400+1 entidades benévolas do lado direito, onde esse +1 dá margem para que apareça ou reencarne novos Òrìsà. Não queremos entrar no mérito das interpretações errôneas de alguns autores que acabam por distorcer a cultura Yorùbá com suas bibliografias, mas que é de fato totalmente desacreditada pelo povo tradicional desta cultura.

Oni Okunadé Sijuwàdé
(Atual Oni Ilè-Ifè)


Oba Lamidi Olayiwola Adeyemi
(Atual Àlàáfin de Oyo)

Fontes


Prof. Michael Ademola Adesoji
Oyebade Kunle Oyerinde, the constitution of order among the Yoruba of Nigeria, Submitted to the Faculty of the University Graduate School, Indiana University, April 2006, UMI Number: 3210041.
Olupona, Jacob K. – Òrìsà Devotion (As World Religion) 
Olu Daramola - Awon Àsà àti Òrìsà Ile Yorùbá
J. Omosade Awolalu - Yoruba beliefs e sacrificial rites
Abimbólá, Wande – Ifá will mend our broken world” – Thoughts on Yorùbá Religion and Culture in Africa and the Diaspora (By *Iroko Academic Publishers, 1997).

Mr. Cromwell Osamaro “A obra completa de Orúnmìlá a sabedoria divina”